dimanche 27 décembre 2009

Cinema québécoise: Les invasions barbares


É a primeira vez que faço uma resenha de um filme neste blog. Mas acho que este valha a pena. Então vamos que vamos: As invasões bárbaras é um filme québécois ambientado em Montreal. Foi vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2003, além de vencer diversos prêmios internacionais como o de melhor atriz (Marie-Josée Croze) no festival de Cannes, no mesmo ano. Consegui o filme com uma amiga professora de Francês, ótima por sinal. No início fiquei meio relutante em assistir, pois (acredite se quiser) se não for um blockbuster hollywoodiano então não rola! Sim, pode me criticar. Sou avessa a filmes com estilo europeu, estilo este seguido pela maioria dos filmes brasileiros. Mas acabei assistindo ontem, afinal, férias servem pra isso, fazer coisas boas e diferentes. Sabe qual foi resultado? Será que perdi meu tempo? Na-na-ni-na-não! Será que só existe cinema americano? Duvi-d-o-do. Fiquei pasma, mes amis. Filme de qualidade extraordinária, com agilidade, diálogos bem feitos e sarcásticos (amo muito tudo isso). O filme traça um retrato 3x4 (em preto e branco, hehehe) da província do Quebec, sim, a mesma província para qual queremos imigrar. Na minha percepção pude observar a crítica ácida ao sistema de saúde público de Montreal, hospitais com corredores apertados, com doentes saindo pelo ladrão (nada bonito de se ver), a corrupção de funcionários públicos e generalizada (quem diria, hein), o uso excessivo de drogas (estão por toda a parte), além de pinceladas sobre os famigerados suicídios quebecoises e da igreja católica (que paulada), percebi também um certo medo dos quebecoises de serem considerados de 3º mundo (sei não, mas as vezes até que parece). Se vocês assistirem do mesmo prisma que eu vão ver que um dos tema também é a crise existencial assim como o vazio existencial de muitos canadenses, o que quase sempre desencadeia em suicídio. A foto ao lado mostra uma das cenas mais emocionantes de toda a película. O abraço carinhoso entre pai e filho nos passa a imagem de calor humano, tão necessário quanto o astro-sol em raios fulgidos em terras geladas (ai-ai). Depois de assistir Invasões fui pesquisar no Doutor Google a indústria cinematográfica canadense e o quê que eu achei? Tã-tã-tã –tã: descobri que no Canadá, os filmes francófonos (Quebecoises) são bem mais sucedidos (ou seja, rendem mais $$$) que os filmes do resto do Canadá inglês. Sabiam que o maior blockbuster canadense foi o filme Porky’s da década de 80’s? E mesmo assim foi todo ambientado em Miami com diversos atores americanos. O Canadá inglês é assim: eles fazem filmes, mas sem fazer muita referência ao próprio país. Já o Quebec é a Meca do cinema, e são eles, os quebecoises, que salvam a indústria cinematográfica canadense, e depois de assistir Invasões pude perceber o porquê. O filme é quase todo em Francês e há momentos em que um dos personagens fala em inglês. Eu não vou entrar muito em detalhes sobre o roteiro do filme, pois quero que assistam, mas saibam que seu roteiro levou Cannes se render ao talento do roteirista e diretor  Denys Arcand. Com certeza é um dos melhores filmes que já assisti na década. Talvez por eu ter passado por uma situação semelhante a do filme, ou seja, o meu pai ter quase perdido a vida durante uma cirurgia ainda este ano, este filme tenha me tocado mais. Mas, assistam, vocês vão gostar, foi bom, pois quebrei paradigmas e fugi do “lugar comum” dos filmes norte-americanos, e no encerramento há a música “L’amitié” da contora francesa Françoise Hardy, que já se aprensentou com os The Beatles e os The Rolling Stones. Preparem uma pipoquinha deliciosa e boa diversão. Ah, e depois me contem se gostaram, ok.


Les invasions barbares (As invasões bárbaras) 2003

Elenco: Rémy Girad, Stéphane Rousseau e Marie-Josée Croze.

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